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Mauro Bex : maurobindo
Obra imprescindível para qualquer amante de Banda Desenhada que se preze, “
“
A acção divide-se em cinco partes, a saber: Honra, Dever, Glória, Combate e Vitória. Numa primeira instância, esta mini-série foi publicada pela Dark Horse (1998) em cinco comics e mais tarde compilada em formato italiano de capa dura em Portugal, pela Norma (2004), que enaltece bastante a qualidade do trabalho dos dois artistas.
“Marchamos.” Assim começam os espartanos, em busca de vitória. Nesta sua jornada, cedo se juntam os Arcádios, povo com a sua dose de coragem, mas sem grande tradição guerreira contrariamente aos seus compatriotas espartanos, que desde muito jovens passam por variadas provas de sobrevivência para a sua preparação para a vida adulta, onde só os melhores guerreiros são naturalmente seleccionados.
No centro do enredo está Leónidas, Rei de Esparta e dos espartanos. Cedo conhecemos este homem pela forma como pensa, age e transmite a sua sabedoria. Daí os seus homens o terem como exemplo, seguindo-o para qualquer local ou destino, sem perguntas nem dúvidas. E é Leónidas que traça esse destino bem cedo, aquando da recepção ao arrogante mensageiro persa. É neste momento que o Rei decide enfrentar o inimigo com a sua guarda de elite, os 300.
O resto é história, que deverá ser lida. Os 300 bravos lutam, resistem e derrotam, desde comuns guerreiros até outros ditos imortais (até que o seu nome é posto à prova). Pelo meio o exército de Xerxes vai perdendo gás e o próprio Rei-Deus é levado a sentir um arrepio muito humano na espinha. O confronto final reserva-nos algumas surpresas, se bem que o desfecho é conhecido e inevitável.
A arte do desenho fica a cabo de Frank Miller, que é simplesmente excelente. É típico da sua pessoa, não trazendo nada de extraordinariamente novo para quem conhece o seu trabalho, se bem que se nota uma constante evolução na sua obra, e “A cor, da responsabilidade de Lynn Varley, é das melhores aplicações de aguadas que vi
Se dúvidas houver em relação à qualidade da obra, esta venceu 2 Prémios Harvey em 1999 (Melhor Série e Melhor Cor), 3 Prémios Eisner em 1999 (Melhor Série Limitada, Melhor Autor Completo e Melhor Cor), Prémio Salão de Barcelona 2000 (Melhor Obra Estrangeira), entre muitos outros. Mais uma prova é a sua recente adaptação à 7ª Arte, como posso comprovar, com grande sucesso.
Depois de ler o original e mais tarde a tradução para o português, pouco tenho a apontar neste campo. Existem frases marcantes durante todo o livro e são nessas mesmas frases que o teste é feito ao tradutor. Com relação à colocação do texto nos balões e afins, louvo o trabalho da pessoa responsável por tal tarefa. Deve ter sido de arrancar cabelos, pois o espaço era mínimo, obrigando a partir o texto na grande maioria dos casos, dificultando a leitura, mas diga-se de passagem que não havia grande alternativa.
Para terminar, “Se algum dia uma alma livre aqui passar, nos incontáveis séculos ainda por vir, que as nossas vozes lhe sussurrem desde as pedras sem idade: vai dizer aos espartanos, viajante, que aqui, pela lei espartana, jazemos.”, “Para a vitória, carregamos.”.
Boas leituras!
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Mauro Bex : maurobindo
Passando à arte que não a da escrita, esta está simplesmente soberba. O tipo de traço de Esad Ribic assenta que nem uma luva aos espaços físicos e temporais onde se desenrola o argumento de Robert Rodi, sendo depois colmatado com uma aplicação de cor que consegue acompanhar, ou até mesmo superar tudo o resto, pois a mesma é aplicada de forma directa no desenho, sendo toda a BD uma autêntica pintura. É a mesma técnica que o artista utiliza nas várias capas que executa, mas que, neste caso, foi trabalhada na totalidade da obra com resultados acima da média. Confesso que fiquei surpreendido com o nível de pormenor e cuidado com o detalhe, não muito comum no mundo dos comics. Tal surpresa foi bastante agradável, já que na maioria dos casos o estilo utilizado nos comics não passa por este tipo de abordagem gráfica, infelizmente. Parece que têm de ser os europeus a “chocalhar” um pouco os hábitos dos estado-unidenses a que todos nós fomos habituados. Como conversava há dias com dois colegas, parece que os pormenores mais minuciosos e os fundos trabalhadíssimos ao mais ínfimo detalhe são exclusivos do estilo e mercado europeus. São estilos, cada um com os seus prós e contras. Ainda bem que existe diversidade e opção de escolha, caso contrário voltávamos ao tempo da outra senhora, como parece ser o desejo de muita gente. Realmente a memória portuguesa é curta e a ignorância continua a servir-se a rodos. Analogias à parte, digo-vos que dá vontade de voltar ao início quando chegamos ao fim, nem que seja só para folhear o livro e apreciar a arte de Ribic. No final existe um pequeno mimo, as quatro capas originais da mini-série, todas de Ribic.
Boas leituras!
P.S. – Obrigado ao Renato pelo empréstimo do livro. Haja alguém com quem se possa ir trocando BD. Ufa!
Não há uma sem duas. Assim sendo, aqui está novamente o duo de L.A., com o mesmo tema "Tear You Apart", em versão de adaptação (principalmente) a Sin City, mas também com excertos de "Kill Bill" e não só. Talvez haja uma 3ª vez...
Enjoy.