quinta-feira, abril 26, 2007
300 - O Filme
A minha expectativa neste filme era imensa, talvez das maiores que alguma vez coloquei em algo deste género. Muitos tinham sido os trailers e imagens que há muito circulavam pela net, bem como as mais variadas críticas, umas mais positivas, outras bastante más. Como tenho de ver para poder opinar sobre algo, nada como assistir à película assim que houve possibilidade. Só posso dizer que fiquei colado à cadeira do primeiro ao último minuto. As primeiras cenas estão muito bem conseguidas, mostrando-nos a realidade daquele povo antigo, desde o primeiro momento de vida de qualquer espartano. Só os mais fortes eram escolhidos. Não havia lugar para os fracos. Logo em seguida, a cena de entrada dos mensageiros persas em Esparta, qual cavalgada épica em movimento lento, verdadeiro começo desta jornada gráfica que recorreu às técnicas mais recentes para dar o devido tratamento às imagens, que são o essencial deste projecto bem-sucedido.
A partir daqui o enredo desenrola-se tal e qual como na Banda Desenhada, com extremo cuidado e fidelidade aos diálogos, posicionamento dos personagens no ecrã tendo em conta as pranchas de BD e toda a espécie de cenários e localizações. Obviamente que existem variadas adaptações, quer a nível das falas e das personagens, com particular destaque para Gorgo (Lena Headey), rainha de Esparta, que assume um papel de destaque durante o desenrolar do enredo, principalmente perto do final.
Em resumo, é graficamente que o filme ganha toda a sua força. Como referi, a fidelidade à obra original é notável (F. Miller é produtor executivo), não só no que diz respeito ao argumento como também na arte, aproximando-se muito às cores de L. Varley.
A escolha dos actores foi interessante, deixando de fora estrelas conhecidas, dando espaço para que outros talentos surgissem sem o receio de serem ofuscados. Quem saiu a ganhar foram os próprios actores e, mais tarde, todos aqueles que puderam assistir ao filme. Gerard Butler não podia ser melhor Leónidas, com um “rugido longo e forte, e cheio de riso” lembrando a linhagem espartana associada ao próprio Héracles.
Marcantes são todas as cenas de batalha, quer em quantidade quer em qualidade, fazendo lembrar autênticas coreografias. A determinada altura assistimos à movimentação de Stelios (Michael Fassbender) e do filho do capitão, que juntos parecem dançar comandados pelas suas armas, chacinando qualquer inimigo que se aproxime das suas lâminas.
Xerxes (Rodrigo Santoro) tem a presença imponente que se esperava de tal personagem, sendo a sua voz profunda e extremamente grave. O detalhe da sua caracterização é fantástico, bem como o seu trono dourado.
Muito fica para contar e descrever, pois a película, enquanto adaptação de BD à 7ª Arte, é a melhor que vi até hoje, disso não tenho dúvida alguma. Apesar de existirem críticas bastante negativas sobre o objecto em análise há uma coisa que deve ser reconhecida, em obra gráfica adaptada nunca se fez nada tão bom, quer gostem ou não. Se dúvidas houver, vão ao cinema mais perto, verifiquem por vocês mesmos e sucumbam ao poder das imagens, à força das cores e ao impacto da acção e dos movimentos de batalha. Comparem o livro com o filme (na net existe muita informação a esse propósito, basta pesquisar), coloquem lado a lado os dois e retirem daí as vossas conclusões.
O final, esse já todos o sabemos, como nos conta a História. História essa, que acabou por dar razão ao Rei Leónidas e aos seus bravos 300. Com Miller em 1998 e com Snyder em 2007, voltámos a falar dos feitos deste punhado de homens que lutaram pelos seus ideias e convicções. Segundo eles, pela liberdade. E que façanha foi…
Em jeito de boato e para terminar, parece que um segundo filme já está em discussão, com o filho de Leónidas à frente dos espartanos. Investiguem.
Mauro Bex : maurobindo
Capas do 9ª #7 - 300 #5
O que temos nesta capa pode-nos dar um breve resumo do que é esta adaptação gráfica de Miller e Varley à 9ª Arte, da mítica batalha das Termópilas. Como dizia um antigo professor, “está tudo lá” e eu só posso concordar.
Vejamos: haverá melhor par de cores para representar a morte do que preto e vermelho? Também penso que não. No fundo, é de muito sangue e batalha que trata esta obra. Como temos patente na capa sangue salpicado, um fundo estritamente negro, um elmo gasto e marcado por uma qualquer arma, sem uma única presença humana, o desfecho que conhecemos (ou que podemos ficar a conhecer) é-nos transmitido com criatividade. O destino do Rei Leónidas está traçado, juntamente com o dos seus 300 bravos. Mas não é apenas de batalha e morte que nos “fala” esta capa. Ela demonstra a forma de estar de todo um povo, que sabemos à partida ter raízes guerreiras. A frieza, o estado de espírito e a atitude espartana estão chapadas nesta capa, pois apesar de saberem que a vitória não passa de uma miragem, de uma ténue esperança em sobreviver, nada os demove do seu objectivo que é tão simples como lutar pelos seus ideais. Contudo, a moeda tem sempre duas faces e existe um preço a pagar pelas decisões tomadas. No fim e como o Rei Leónidas aclamou (e o seu elmo o marca na composição) um dia, este acontecimento seria contado às gerações vindouras, ficando para todo o sempre registada nos anais da nossa História.
Espartanos, bravos guerreiros, homens de forte espírito e determinação férrea, não haveis lutado
Boas leituras!
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Mauro Bex : maurobindo
Leituras FDS#4 - 300
Obra imprescindível para qualquer amante de Banda Desenhada que se preze, “
“
A acção divide-se em cinco partes, a saber: Honra, Dever, Glória, Combate e Vitória. Numa primeira instância, esta mini-série foi publicada pela Dark Horse (1998) em cinco comics e mais tarde compilada em formato italiano de capa dura em Portugal, pela Norma (2004), que enaltece bastante a qualidade do trabalho dos dois artistas.
“Marchamos.” Assim começam os espartanos, em busca de vitória. Nesta sua jornada, cedo se juntam os Arcádios, povo com a sua dose de coragem, mas sem grande tradição guerreira contrariamente aos seus compatriotas espartanos, que desde muito jovens passam por variadas provas de sobrevivência para a sua preparação para a vida adulta, onde só os melhores guerreiros são naturalmente seleccionados.
No centro do enredo está Leónidas, Rei de Esparta e dos espartanos. Cedo conhecemos este homem pela forma como pensa, age e transmite a sua sabedoria. Daí os seus homens o terem como exemplo, seguindo-o para qualquer local ou destino, sem perguntas nem dúvidas. E é Leónidas que traça esse destino bem cedo, aquando da recepção ao arrogante mensageiro persa. É neste momento que o Rei decide enfrentar o inimigo com a sua guarda de elite, os 300.
O resto é história, que deverá ser lida. Os 300 bravos lutam, resistem e derrotam, desde comuns guerreiros até outros ditos imortais (até que o seu nome é posto à prova). Pelo meio o exército de Xerxes vai perdendo gás e o próprio Rei-Deus é levado a sentir um arrepio muito humano na espinha. O confronto final reserva-nos algumas surpresas, se bem que o desfecho é conhecido e inevitável.
A arte do desenho fica a cabo de Frank Miller, que é simplesmente excelente. É típico da sua pessoa, não trazendo nada de extraordinariamente novo para quem conhece o seu trabalho, se bem que se nota uma constante evolução na sua obra, e “
A cor, da responsabilidade de Lynn Varley, é das melhores aplicações de aguadas que vi
Se dúvidas houver em relação à qualidade da obra, esta venceu 2 Prémios Harvey em 1999 (Melhor Série e Melhor Cor), 3 Prémios Eisner em 1999 (Melhor Série Limitada, Melhor Autor Completo e Melhor Cor), Prémio Salão de Barcelona 2000 (Melhor Obra Estrangeira), entre muitos outros. Mais uma prova é a sua recente adaptação à 7ª Arte, como posso comprovar, com grande sucesso.
Depois de ler o original e mais tarde a tradução para o português, pouco tenho a apontar neste campo. Existem frases marcantes durante todo o livro e são nessas mesmas frases que o teste é feito ao tradutor. Com relação à colocação do texto nos balões e afins, louvo o trabalho da pessoa responsável por tal tarefa. Deve ter sido de arrancar cabelos, pois o espaço era mínimo, obrigando a partir o texto na grande maioria dos casos, dificultando a leitura, mas diga-se de passagem que não havia grande alternativa.
Para terminar, “Se algum dia uma alma livre aqui passar, nos incontáveis séculos ainda por vir, que as nossas vozes lhe sussurrem desde as pedras sem idade: vai dizer aos espartanos, viajante, que aqui, pela lei espartana, jazemos.”, “Para a vitória, carregamos.”.
Boas leituras!
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Mauro Bex : maurobindo
terça-feira, abril 10, 2007
Leituras FDS#3 - Loki
Passando à arte que não a da escrita, esta está simplesmente soberba. O tipo de traço de Esad Ribic assenta que nem uma luva aos espaços físicos e temporais onde se desenrola o argumento de Robert Rodi, sendo depois colmatado com uma aplicação de cor que consegue acompanhar, ou até mesmo superar tudo o resto, pois a mesma é aplicada de forma directa no desenho, sendo toda a BD uma autêntica pintura. É a mesma técnica que o artista utiliza nas várias capas que executa, mas que, neste caso, foi trabalhada na totalidade da obra com resultados acima da média. Confesso que fiquei surpreendido com o nível de pormenor e cuidado com o detalhe, não muito comum no mundo dos comics. Tal surpresa foi bastante agradável, já que na maioria dos casos o estilo utilizado nos comics não passa por este tipo de abordagem gráfica, infelizmente. Parece que têm de ser os europeus a “chocalhar” um pouco os hábitos dos estado-unidenses a que todos nós fomos habituados. Como conversava há dias com dois colegas, parece que os pormenores mais minuciosos e os fundos trabalhadíssimos ao mais ínfimo detalhe são exclusivos do estilo e mercado europeus. São estilos, cada um com os seus prós e contras. Ainda bem que existe diversidade e opção de escolha, caso contrário voltávamos ao tempo da outra senhora, como parece ser o desejo de muita gente. Realmente a memória portuguesa é curta e a ignorância continua a servir-se a rodos. Analogias à parte, digo-vos que dá vontade de voltar ao início quando chegamos ao fim, nem que seja só para folhear o livro e apreciar a arte de Ribic. No final existe um pequeno mimo, as quatro capas originais da mini-série, todas de Ribic.
Boas leituras!
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Mauro Bex : maurobindo
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segunda-feira, abril 09, 2007
She Wants Revenge - Tear You Apart
Não há uma sem duas. Assim sendo, aqui está novamente o duo de L.A., com o mesmo tema "Tear You Apart", em versão de adaptação (principalmente) a Sin City, mas também com excertos de "Kill Bill" e não só. Talvez haja uma 3ª vez...
Enjoy.