sexta-feira, julho 21, 2006

Novidades DarkHorse

Estão aí, fresquinhas, mais novidades no mundo dos comics. Desta feita a visada é a DarkHorse, com mais dois lançamentos, o primeiro ainda este verão e o segundo já no decorrer do Outono, respectivamente: o TPB de Revelations, de Paul Jenkins e Humberto Ramos; e outro lançamento da linha StarWars: Dark Times #1 -- The Path to Nowhere.

A data de lançamento de Revelations já era sabida, sendo a colectânea esperada por aqueles que não tiveram possibilidade de acompanhar a mini-série, e também pelos que gostam de ter todas as edições na sua colecção. A história deste título é desenrolada em Roma e no Vaticano, tendo como personagem principal um detective da Scotland Yard de nome Charlie Northern, de visita a terras papais para resolver o misterioso assassinato do mais provável sucessor ao "trono" da igreja católica. Sempre acompanhado pelo seu inseparável maço de cigarros, o detective Northern conta ainda com a ajuda de três amigos: um padre, um médico legista e uma advogada com quem acaba por se envolver amorosamente. Mistério, sedução, morte, intriga e as incompreensões do sobrenatural que Charlie se recusa a aceitar e a seguir como possíveis pistas para a resolução do seu caso. Enredos à parte, aqui temos mais uma bela capa seguindo a linha da mini-série, fazendo lembrar o tecto da Capela Cistina.

"For over a thousand generations the Jedi Knights were the guardians of peace and justice in the Old Republic. Before the dark times, before the Empire." --Ben Kenobi
É uma excelente epígrafe para o início de mais uma série StarWars. A história desenrola-se no período imediatamente a seguir à "Vingança dos Sith", momento do "time period" ainda por explorar. Este novo episódio da Guerra das Estrelas tem a proposta de trazer aos fãs uma nova dimensão onde o futuro se mostra sinistro, onde assistimos a uma crescente ascensão do mal e onde todos os caminhos parecem conduzir a nenhures.

Writer: Welles Hartley, Mick Harrison
Artist:
Douglas Wheatley
Cover Artist:
Douglas Wheatley
Colorist:
Ronda Pattison

Mauro Bex : maurobindo

quarta-feira, julho 19, 2006

THE MORGUL LORD

No final do ano transacto, a Sideshow anunciou o fim da sua linha Lord of The Rings. Milhares de mensagens dos fãs foram recebidas, quase que suplicando para que não o fizessem. Volvidos dois ou três meses a empresa dá-nos a conhecer a sua vontade e determinação em continuar a criação de tão belas figuras; aqui para nós que ninguém nos ouve, mas que belo golpe de marketing este, hein?! É lançada uma nova secção, as Premium Format Figures, onde serão representados alguns dos protagonistas da história original de Tolkien, com estátuas a rondarem os 60cm. Outra zona foi criada, as 12–Inch Figures, onde a qualidade, a meu ver, deixa muito a desejar; diria que esta secção da linha LOTR é boa para brincar, pois os bonecos (têm mesmo esse aspecto) são todos articulados, dando a sensação, na maioria das vezes, de que não se conseguem aguentar de pé. Tendo abdicado da linha Polystone Collectibles, deixando saudades em esculturas como Ringwraith and Steed Statue ou Treebeard Bust, a nova aposta da Sideshow promete grandes resultados. As Premium têm todo um potencial para ser explorado. O facto de alguns coleccionadores terem despertado para estas andanças tarde demais poderá favorecer o fabricante, pois as primeiras figuras "escaparam-lhes por entre os dedos"; provavelmente as estreantes terão outro destino, aguardando pacientemente por novos donos.

Neste caso concreto trago-vos a mais recente proposta, The Morgul Lord. O conhecido Witch-King of Angmar, líder dos espectros do anel, tem aqui lugar de destaque com um busto de 60cm de altura. Eu diria mesmo mais, esta figura é a peça inaugural de uma nova era: Legendary Scale busts! Esculpido em resina e fibra de vidro, este busto impressiona quem o contempla, sendo uma adição de grande valor a qualquer colecção. Arriscaria afirmar que este “menino” sem rosto assusta muitos dos seus companheiros de prateleira, devido ao seu olhar vazio. Os pormenores são requintados, conferindo-lhe o máximo de autenticidade através do seu elmo e vestes negras. Assenta numa base do mesmo material, com o seu nome gravado em relevo e com a devida referência ao terceiro filme da trilogia de Peter Jackson. Será comercializado no 4º trimestre deste ano, devendo chegar a Portugal passados 6 meses (e já estou a ser optimista). Para mais pormenores e fotografias, recomendo a consulta ao site da Sideshow.












Mauro Bex : maurobindo
Revisão: Carla Ferraz

terça-feira, julho 18, 2006

DARTH MAUL

Neste post a dose é a dobrar! O caso não é para menos. Estamos perante duas das mais bem conseguidas estátuas/estatuetas da saga StarWars. O Sith Darth Maul faz as honras da casa, para deleite de muitos (eu incluído).

No primeiro caso, com um busto à escala 1:1 (foto na companhia do actor Ray Park), a Sideshowtoy esmerou-se sobremaneira. Este busto está absurdamente real, com cada pormenor e detalhe retratados com minúcia, fazendo jus ao senhor do mal. Nada foi esquecido, inclusive é possível fazer com que Darth Maul pose com ou sem o seu capuz negro.

A estátua de corpo inteiro não se fica atrás (Gentle Giant). Darth Maul assume uma postura mais charmosa, observando-nos de soslaio. Ao colocarmo-nos no ângulo certo, o Sith olha-nos fixamente de forma confiante, séria e majestosa. A mão direita segura o seu inseparável sabre de luz duplo, enquanto as suas vestes negras acompanham o vento que sopra pela retaguarda.



É curioso estar no papel de observador e ver a forma como este tipo de escultura evoluiu ultimamente. Nos dias que correm, a indústria de merchandising associada ao cinema teve uma explosão por todo o globo que pode ser classificada como gigantesca. É possível encontrar negociantes de movies memorabilia em qualquer continente (incluindo África), apresentando ao consumidor/comprador um vasto leque de opções, passando pelas novidades, pelos clássicos, e até edições raras que poucos se orgulham de ter conseguido arranjar na altura em que estas circulavam. Sorte para uns, infortúnio para outros. No caso concreto destas duas representações que vos trouxe, arriscava afirmar que ambas são sérias candidatas à categoria “clássicos”. O tempo se encarregará de o dizer. Por ora, ficarei a apreciar.


Mauro Bex : maurobindo
Revisão: Carla Ferraz

Capas do 9ª #1 - SUPERMARKET # 4

Como introdução para o segundo número desta rubrica/coluna "Capas do 9ª", deixo o aviso de que a mesma passa a constar no site BDesenhada.com (com o nome "Capas da 9ªArte"), encontrando-me eu satisfeito por poder contribuir ainda mais para a divulgação da BD no nosso país, mantendo a esperança de que esta forma de arte abranja cada vez mais pessoas e lares neste rectângulo à beira mar plantado.



Como destaque nesta coluna, surge mais uma vez Supermarket, mini-série já abordada por mim noutra ocasião e noutro contexto, sendo que desta feita o propósito será a capa do ainda por publicar e derradeiro número da criação de Brian Wood e Kristian Donaldson, Supermarket #4.
Esta capa acaba por explicar muito do título em questão. O enredo e os seus intervenientes estão praticamente todos expostos nesta capa. Pella Suzuki (a protagonista desta estória) surge como que coroada, fazendo uma ligação com o topo da capa, onde surge um Yakuza e uma pseudo-Porno Swedish gangster star, ambos “danadinhos” para que a grande herdeira de todo um império de crime e corrupção seja destruída. Entre estes elementos encontram-se dois dos amigos de Pella (ou serão os seus salvadores?), como que criando uma zona intermédia de intervenção/protecção entre as partes envolvidas. Desta forma, surge essa ideia de dedicação e compromisso para com a causa em que a personagem principal está envolvida, mesmo que esta não o deseje. É claro que o dinheiro, as armas, o fumo, as balas (ou serão tampões?) e todo o ambiente sugerem pressão, revelando as partes interventivas, as suas lutas e meios utilizados para atingir os fins a que se propuseram. O centro do enredo está lá, bem no meio, mostrando-nos qual é, realmente, a peça mais importante do puzzle. O ambiente pop criado na capa mostra-se fiel ao conteúdo da narrativa, quer a nível de traço, quer a nível da aplicação da cor. Os tons pastel mantêm-se, equilibrando a suavidade do amarelo e do azul/cinza, com a força e o choque do magenta. O toque do ocre está lá, contrabalançando com o rosa suave das notas. Pormenores que, quanto a mim, ajudam a marcar a diferença. Aguardando ansiosamente pelo desfecho desta mini, espero que a “coroação” de Pella seja confirmada pelo tríptico que nos é exposto nesta bonita capa. Será o final sangrento, natural ou surgirá alguma relação amorosa? Teremos de aguardar para ver. Até lá, boas leituras!


Mauro Bex : maurobindo
Revisão: Carla Ferraz

quarta-feira, julho 12, 2006

SUPERMARKET de Brian Wood e Kristian

SUPERMARKET, nas palavras do poeta Pessoa: “primeiro estranha-se, depois entranha-se” (idílico de facto). Sem grandes rodeios, creio que estamos perante uma nova abordagem no mundo dos comics. Passo a explicar o meu ponto de vista, que apesar de ser simples e claro na mente, tende a prolongar-se mais do que devia no papel, neste caso no ecrã. Digo nova abordagem, não por ser uma inovação/criação de nível transcendental e superiormente rico em relação ao argumento, se bem que o considero bom, mas por se revelar “muito à frente” no que diz respeito à utilização da cor, técnica que ultimamente se tem desenvolvido monstruosamente (no bom sentido), e que tantas vezes se torna também num problema, empobrecendo ao invés de enriquecer tantos e bons títulos. Existe ainda o papel escolhido, mas já lá vamos.

A cor, aplicação que confere magia a cada página (atenção que sou um grande admirador de BD a p/b), transformando ambientes vazios e escuros, em verdadeiros mananciais de movimento, tendo a capacidade de criar sons (em caso de dúvida ler sobre Kandinsky) e de estimular todos os demais sentidos. Foi isso que senti ao travar contacto com as primeiras páginas de Supermarket. Um enorme estímulo visual, ao mesmo tempo que os outros sentidos faziam um apelo ao cérebro para que continuasse com esse momento de prazer. Nada como ver para crer (ao vosso dispor deixo várias páginas, virgens de texto, para regalar a vista – no final da análise). Pormenor interessante em relação às nuvens e fumo criados, que me fizeram lembrar bastante o artista da Aspen, Micah Gunnell, isto, no que diz respeito ao traço. Os tons fazem lembrar a suavidade subtil quando utilizada a técnica com pastel: amarelos suaves, laranjas, ocres, verdes e azuis quase marinhos, enfim, cores esbatidas na maior parte dos casos, mas com tons fortes sempre que é necessário criar contrastes. Muito interessante.

Em relação ao papel, a (boa) tendência mantém-se. Parece-me que a IDW continuou o seu excelente trabalho na publicação desta mini-série, apostando num papel diferente e de muito boa qualidade. Diferente, pois é reciclado, coisa que hoje em dia, a meu ver, já devia estar mais difundida no mundo dos comics. O papel maioritariamente utilizado é de pouca gramagem e lustroso, evidenciando as cores e o traço através do seu brilho. Em Supermarket a aposta foi feita de outra forma, abdicando do brilho e dos seus efeitos, concentrando esforços no suporte físico, num papel com uma boa gramagem, bem mais alta do que o costume. Como anteriormente referi, as cores são muito na onda do pastel, o que combina na perfeição com o papel reciclado, dando a sensação de maior realidade ao traço e agarrando melhor as cores, ajudando a fidelizar o trabalho do artista Kristian.

A história deste título, criada por Brian Wood, traz-nos à memória sequências de filmes sobre gangs japoneses, os míticos Yakuza, e sobre o suposto legado/ herança que uma determinada pessoa irá possuir no futuro dentro desse meio infernal. É mais ou menos neste mundo misto de armas, crime e pornografia que Pella Suzuki (personagem principal) se insere. Correndo-lhe nas veias sangue sueco e mafioso, é na cidade que Pella encontra o seu escape. O título não foi escolhido ao acaso, levando em séria linha de conta o facto de vivermos numa sociedade consumista, aproveitando os centros comerciais como locais de culto e romaria aos fins-de-semana. Como adolescente que é, a vida da protagonista é explorada com pormenor, mostrando-nos os mais variados locais frequentados pelos adolescentes nas cidades de Nova Iorque, São Francisco e Tóquio. Uma das mais-valias de Supermarket é sem sombra de dúvidas a maneira como a cidade é explorada. É quase como uma visita guiada que nos é feita. Tendo em conta que estamos novamente numa época de revivalismos, onde a cultura urbana e o formato pop se entrelaçam como nunca, ler esta mini-série de 4 números (era bom que fossem mais) torna-se quase obrigatório para quem vive estas tendências. Em Supermarket conseguimos sentir a vibração da cidade nas páginas, sentir a sua temperatura, cheiros, e aproveitar a multiplicação de cores para acreditar num mundo, quem sabe algures num espaço e tempo perto de nós, que tivesse cores assim… Fica feito o convite para “saltarem” para dentro destas páginas, que pelos vistos em Portugal não está a ter grande procura, mas que nos States está em 5º no top 10 comics list.

A saber, o TPB desta mini sairá no dia 25 de Agosto deste ano. Os vários números podem ser adquiridos aqui, ou na vossa loja de BD habitual. Para um acompanhamento assíduo do trabalho de B. Wood, visitem o seu livejournal. Boas leituras!

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Mauro Bex : maurobindo
Revisão: Carla Ferraz