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Senti-me tentado a escrever novamente sobre este assunto, pois já o tinha feito anteriormente neste blog (sobre o livro e divulgando o filme), desta vez por ter finalmente ido ao cinema ver o filme em questão. Escrevo também, por ter lido já algumas coisas sobre o mesmo, concordando com umas, discordando com outras. Mais uma vez, e como sempre, trata-se apenas de uma opinião, a minha.
Sintetizando ao máximo (pois o poder de síntese é algo difícil de conseguir, deixando-nos na maioria das vezes perdidos e a viajar pela maionese, que tão bem nos sabe), vou procurar focar o que me ficou na retina. Primeiro, o filme é demasiadamente curto para fazer jus ao livro, mas nestas questões de adaptações já se sabe, muita coisa se perde, mas outras se conquistam. É por aqui que temos de compreender umas coisinhas, tais como custos de produção e público-alvo. Infelizmente, este filme é direccionado principalmente a um público infanto-juvenil, e aguentar as criancinhas sentadas durante 1h:45m é obra (eu que o diga, pois vi-o acontecer), quando quem leu o livro e conhece a história queria e aguentava 3h à vontade. Mas nem tudo é como se quer, e repito, há que tentar entender o porquê. Penso que a produtora não quis arriscar demasiado, como se verificou nos casos de “O Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter”, sequelas já afirmadas e (re) conhecidas do público em geral, com uma legião de fãs pelo mundo inteiro. É aqui que, no meu entender, reside o busílis da questão. Não seria de apostar/arriscar mais nesta produção? Parece que não. Assim sendo, adiante, os fãs que aguentem, pode ser que se este 1º filme for rentável a aposta suba de valor para a sequela. 
As consequências desta decisão fazem-se notar, sendo evidente a falta de desenvolvimento e aprofundamento no treino de Eragon dado por Brom (essencial no decorrer de toda a trilogia, muito pouco explorado na película), na sua jornada até aos Varden (ultra-mega-rápida), da sua curtíssima estadia em Farthen-Dûr, etc., etc., etc. Fica sempre a sensação de que algo mais se poderia ter passado, pois as próprias personagens que vão surgindo no enredo caem quase que de pára-quedas, ou seja, para quem não leu o livro fica “a apanhar bonés”.
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As consequências desta decisão fazem-se notar, sendo evidente a falta de desenvolvimento e aprofundamento no treino de Eragon dado por Brom (essencial no decorrer de toda a trilogia, muito pouco explorado na película), na sua jornada até aos Varden (ultra-mega-rápida), da sua curtíssima estadia em Farthen-Dûr, etc., etc., etc. Fica sempre a sensação de que algo mais se poderia ter passado, pois as próprias personagens que vão surgindo no enredo caem quase que de pára-quedas, ou seja, para quem não leu o livro fica “a apanhar bonés”.
Quanto a representações, pouco tenho a apontar, já que a mestria de Jeremy Irons (Brom) é evidente, catapultando o filme lá para cima. Robert Carlyle (Durza) já o tinha visto em “Trainspotting” e a sua qualidade foi fundamental para uma personagem que está muito bem conseguida. Temos ainda um John Malkovich discreto, o que era de esperar, já que a figura de Galbatorix pouco surge e nada fala durante o livro. Quanto ao estreante Ed Speleers (Eragon), achei-o confiante e com uma tonalidade de voz grave (pouco comum para a sua idade), factor importantíssimo para esta personagem por ser ele o “salvador” deste mundo que é Alagaësia; ainda assim, a falta de experiência deste é visível em passagens que requerem um carácter mais emocional, mas julgo-o no bom caminho.
A fotografia é boa, com paisagens magníficas e cenários criados em computador bem elaborados. Por outro lado, a falta de experiência do realizador (outro estreante) acaba por transparecer a todos nalgumas captações de planos feitos a partir de helicóptero, que na edição não merecem a atenção necessária. E claro, o argumento não é o que se esperava, ficando muito aquém das expectativas, prejudicando o todo.
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Pormenores à parte, que são a essência de um bom filme, era esperado mais e melhor, se bem que acabo por compreender certas decisões e direccionamentos, não estando necessariamente de acordo com tudo. Globalizando e para terminar, penso que os admiradores deste mundo criado por Christopher Paolini vão gostar de se deslocar até às salas de cinema, pois para além de não aspirar a épico, o filme acaba por ter muito de interessante.
Lá se foi o poder de síntese, vencendo novamente o poder de navegação pela maionese. Fiquem com duas das frases mais marcantes desta primeira adaptação ao grande ecrã. Na realidade, acabam por dizer muito do que é este filme:
“That's the spirit – one part brave, three parts fool.” Brom
“I expected you to be – well, more...” Durza
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Mauro Bex : maurobindo
3 comentários:
Concordo contigo. Eu achei o filme decepcionante e o Speleers não me encheu as medidas. Como tu dizes é a opinião de cada um.
Eu gostei do filme. Apesar de o meu contentamento não ser grande, pois penso que muita coisa ficou por representar, ou seja, para quem leu o livro e gostou da obra, sinceramente acho que merecia mais. Eu assim o esperava... Mas longe de mim não ter gostado.
O Speleers é um novato e como tal temos de lher dar tempo para amadurecer. É um papel de grande projecção para quem está a começar. Não desgostei do miúdo. Há ali potencial. Vamos esperar pelo segundo filme pacientemente e ver no que dá.
Entretanto, que venha o 3º livro. Sabes de alguma previsão?
Só sei que vai haver sangue :D
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