Apesar de o Festival já ter terminado há algum tempo, cerca de mês e meio atrás, tinha-me comprometido com o Nuno (enanenes do BDesenhada.com) a escrever um artigo sobre o final do FIBDA´06. No primeiro artigo que escrevi, debruçava-me sobre o 1º Sábado do evento, com alguma curiosidade e expectativa à mistura, pois a coisa prometia. Ou talvez não. Ora bem, chegado o último Sábado do Festival, concluí que nem tudo deve ter corrido como o esperado (mais uma vez). Passo a relatar nas linhas que se seguem, essa minha vivência. Hora de almoço, boa altura para visitar a exposição do piso -1, pois o tuga tem sempre de almoçar (e de fazê-lo a horas certas de preferência), pensei eu e pensei bem. Tranquilidade, espaço e tempo para ver tudo com atenção e sem problemas, mas a certa altura confesso que tanta calmaria começou a tornar-se estranho; não liguei e aproveitei ao máximo. Decidi passar para o piso superior, o piso 0, onde estavam concentradas as várias editoras e lojas, mais a exposição do Filipe Abranches e várias outras. Qual foi o meu espanto quando percebi que caminhava praticamente sozinho em tão amplo espaço. Pior, só duas ou três das lojas se encontravam em funcionamento! As restantes até paninhos tinham por cima, para que os livros não apanhassem pó. Para além da minha pessoa, realmente devia ser a única coisa que também circulava por ali… Isto, entre as 13:30h e as 14:00h. Eu percebo que as pessoas tenham de almoçar, mas sinceramente! Já inventaram o revezamento na altura em que éramos símios. No fundo continuamos na mesma. Não serve de muito estar para aqui a alongar-me e a esticar conversa. Achei importante a temática da exposição do piso -1 (sim, é propositadamente que assim a chamo), pois trouxe ao de cima vários trabalhos de qualidade dos quatro cantos do mundo, permitindo-nos ver mais de perto as diferentes técnicas, estilos e realidades de cada região do globo. Agora cá em cima, tirando as exposições e os artistas que nos presentearam com as suas aparições, a organização e as lojas tiveram uma prestação, direi ausente, pouco participativa. Estou a generalizar, é claro. Desculpem a sinceridade mas foi o que senti nos dois dias em que me pude deslocar à Brandoa. Quando se fala no facto de Portugal estar a anos-luz, em certos casos, no que diz respeito à divulgação e promoção de eventos, o FIBDA é um bom exemplo, no mau sentido. Fale por si quem foi, quem viu, quem participou, quem está lá sempre, quem faz parte do grupo dos do costume. Trata-se apenas da minha opinião, pois gostaria muito de um dia, ver um Festival de BD no nosso país a “rebentar pelas costuras”. Tenho dito.
Mauro Bex : maurobindo