Arrefecida que está a euforia dos concertos de 4 e 5 de Setembro, penso ser o momento apropriado para prestar homenagem a esta grande banda, das poucas que hoje ainda nos faz viajar ao final dos anos 80/principio dos anos 90, altura em que o movimento grunge estava em ascensão em Seattle. A favor dos Pearl Jam vão contando os anos. Tal como o tempo ajuda a amadurecer e a melhorar a qualidade do vinho do Porto, o ciclo temporal catapultou a banda de Seattle para o seu melhor álbum desde o mítico "Ten". Prova disso foram os dois espectáculos que tiverem lugar no Pavilhão Atlântico no início do mês de Setembro. Para aqueles que tiveram a sorte de assistir a pelo menos um deles (como foi o meu caso, dia 4), foi realmente uma coisa do outro mundo. Quem pôde assistir aos dois dias, então são pessoas com uma sorte do pirete! Só percebi que devia ter comprado bilhetes para as duas datas fora de tempo… Para mim, e acreditem que já vi muita coisa mesmo, foi até ao momento, o concerto do ano. Ao mesmo nível apenas os Tool no SBSR, que estarão de regresso a Lisboa dia 5 de Novembro.
Mas musicalidades à parte passemos à relação que vos trago dos Pearl Jam com a BD. Decorria o ano de 1998, e fazia tempo que a banda se tinha divorciado destas andanças de videoclips e promoções na MTV e nas rádios. Motivo: depois do vídeo de “Jeremy” ter ganho inúmeros prémios e louvores, foi simplesmente banido da MTV, pois este era demasiado forte e acabou sendo censurado pelos hipócritas do costume (o jovem Jeremy suicida-se na sala de aula perante os seus colegas).
Após prolongado interregno, 6 anos sem fazer um vídeo, o álbum "Yield" continha uma música que merecia uma abordagem distinta: "Do The Evolution". Inspirada no livro de Daniel Quinn "Ishmael" (o qual recomendo muito), a letra desta faixa conta-nos como a evolução humana nos transformou, de como essa transformação fez da humanidade a pior praga do planeta azul, com capacidade para destruir tudo e todos sem dó nem piedade, de consumir os recursos naturais sem ponderar as consequências, de dizimar animais, raças e tudo mais. Este aclamado clip mostra-nos o caminho escolhido pela humanidade para percorrer o trilho da dita evolução. Mas que evolução é esta? Eu não lhe dou essa classificação.
Mas o melhor estava para vir, quando a Todd McFarlane Entertainment pegou neste trabalho, transformando-o num dos melhores videoclips animados da história da música. O conceito é do próprio Eddie Vedder (vocalista dos Pearl Jam) e do senhor Todd McFarlane. Resultado, uma nomeação para "Best Short Form Music Video" no 41º Annual Grammy Awards. Como se não chegasse, foi ainda nomeado “Melhor Vídeo” pelos leitores da Rolling Stone e da Spin, conceituadas revistas da esfera musical. Como as imagens valem mais do que mil palavras, deixo-vos o link para o vídeo, para que possam apreciar e reflectir.
"We choose to work with people who convey a particular attitude and this video is a tribute to that attitude." -- Todd McFarlane
Mauro Bex : maurobindo
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