Peguei neste livro passados uns 2 ou 3 anos de o ter comprado. Às vezes é assim, acontece bastante, olhar para a estante, não pensar e retirar o "escolhido". E lá vamos nós para momentos em boa companhia.
Foi isso que senti ao ler este Homem-Aranha: Azul, de Jeph Loeb e Tim Sale, que pelos vistos são considerados uma "dupla maravilha" e eu acho que percebi porquê. A história é sobre a falecida Gwen, ou melhor, de como ela e o aranhiço quase não se apaixonaram. O relato é feito na primeira pessoa e mostra-nos o mundo passado do repórter fotográfico e super-herói Peter Parker. Mostra-nos como eram os amigos, de como o Duende Verde fica com amnésia, de como Harry se torna amigo de Peter, de como aparece MJ, como eram travadas as lutas em New York com Rino, o Lagarto, o Abutre e tantos outros inimigos do Homem-Aranha. Mas muito mais do que tudo isto, que no fundo é uma dispersão constante na vida de Parker, esta é uma estória de amor, de como alguém se apaixona, de perda, de recordações que precisavam de ser contadas e registadas. E Peter fê-lo, pelas mãos de Jeph Loeb.
Azul, é isso mesmo, um estado de espírito que não se traduz para o português. Estar com blues é mais do que ter saudades, de sentir melancolia ou de uma tristeza que se instala. Ou talvez seja tudo ao mesmo tempo.
Deixo uma pequena nota à arte de Tim Sale, que é fantástica. Assenta como uma luva no tom em que a narrativa é contada. Em certas alturas apetecia parar, ficar ali a contemplar as formas, o traço que preenchia de forma sublime todo o espaço. Deixo algumas fotos (clicar para ampliar).
Espero que as vossas leituras continuem em alta. As minhas vão de vento em popa!
Boas leituras!
Mauro Bex : maurobindo